Poderia dizer
meu nome completo, a minha idade, sexo, número de identidade, gosto musical e
signo, enfim, especificar tudo aquilo que me representa, mas seria minimalista demais
- sem contar o risco que correria de cair em erro -, afinal venho sendo
constituído desde meu nascimento, e assim serei eternamente. Não sou capaz de
lhe dizer quem sou se não sou mais que fui e não serei mais quem sou. O que
posso adiantar é que eu não mordo, sou de carne e osso, sinto fome, dor, frio,
sede, enfim, tudo o que um ser humano qualquer sente – ou pelo menos deveria.
Outro
empecilho ao tentar me definir está entre minha concepção e a sua, afinal, quem
sou segundo minha ótica pode ser o oposto de quem sou segundo a sua; o que gera
inconsistência nos resultados obtidos. Deste modo, vamos fazer o seguinte: eu
coloco minhas considerações dividindo até aqui minha vida em fases da personalidade
- essa nem eu nem você tem controle – e se eu disser alguma bobagem você deixa
seu comentário contestando, combinado? Então vamos lá.
Quando
criança gostava muito de brincar de “Lego” (blocos de montar coloridos), montava
casas, cidades, elefantes com corpo de zebra e arvores com hélices na copa,
enfim voava longe com aquelas peças, e na hora de guardá-las contabilizava
todas para garantir que não perderia nenhuma no quintal ou embaixo do tapete da
sala. Quando não, estava eu brincando de “massinha” (massa de modelar),
juntando um monte de cores com a esperança de fazer uma bola radioativa que
tivesse vida própria - o que no final resultava em uma bola de massa encardida
e com cor de burro quando foge, mas Ok! Não quero lhe cansar com os detalhes,
mas gostaria de ressaltar algumas atividades importantes que ocupavam as minhas
tardes, tais como me balançar embaixo de uma paineira enorme que tínhamos no
quintal; amarrar um barbante nas mãos de um boneco do “Tarzan” e pendurá-lo no
primeiro arbusto livre que me aparecia; arrumar e bagunçar inúmeras vezes meu
armário de brinquedos – que servia de plataforma quando minha mãe queria me dar
bronca olhando nos olhos; fazer uma rampa de livros e cadernos para brincar com
meus carrinhos; caçar “tatu bolinha” no quintal e, quando um pouco mais velho,
assistir o desenho do “Papa léguas” sentado em frente à TV comendo um pacote
inteiro de biscoito recheado “Passatempo”. Minha personalidade era a de uma criança,
e isso é o que tenho a dizer a respeito, afinal não tinha personalidade, mas
sim criatividade, inventividade e uma imaginação tão fértil que brotavam ramas
pelas minhas orelhas que eram podadas e regadas pelas ideias malucas que minha
mãe tinha comigo.
Quando
pré-adolescente fui rabugento, gostava de andar de preto, passar a impressão
mais repulsiva possível à sociedade, só pra chamar a atenção. Nessa fase – hoje
pensando – tive motivos para ser meio revoltado, pois não tinha mais o afeto
familiar que tive quando criança, mas sobrevivi, e sobrevivi bem. Não tenho
muito a dizer sobre ela, mas acho que fui um pré-adolescente normal pra época,
inclusive me lembro do dia que pedi uma revista “Playboy” à minha mãe – só por
curiosidade. Ela riu e disse que compraria, mas depois eu fiquei com vergonha e
pedi que deixasse pra lá.
Na
adolescência minha personalidade, ainda contida, era orgulhosa, inconsequente,
independente, bem humorada e receptiva, fazia teatro, dança de salão, inglês,
informática, colegial, artesanato e ainda arrumava um tempinho para conhecer
pessoas e tocar violão. Adorei essa fase, foi incrível.
Hoje sou um resquício
do que vivi nos 11 meses que servi às Forças Armadas e dos dois anos e meio que
fui “casado” – sem contar os relacionamentos que tive; tenho criatividade e
lembranças da minha infância e adolescência; sou amigo de pessoas que fizeram
parte de todas essas fases, e tudo isso com uma pitada acentuada de
sensibilidade e emoção, pois presto bem mais atenção no que sinto e sentem as
pessoas ao meu redor.
Com tudo não sou ator, cantor, escritor,
filosofo, teólogo, psicólogo, conselheiro ou curandeiro, mas um aspirante a
tudo isso. Meu nome é Ayron Barbosa dos Santos, tenho 22 anos, meu RG (não vem
ao caso, rsrs...), gosto de música bem tocada, sou do signo de Touro e
minimalista; é um prazer te conhecer.
Muito obrigado por dispor desse tempo conosco! ;)
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